segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Momento online do setor financeiro – Startups, Fintechs e Bancos Virtuais

Desde 2010 no Brasil, o modelo de negócios chamado startups tem crescido vertiginosamente nas mais variadas áreas. O termo ganhou ênfase a partir das inúmeras inovações e ideias empreendedoras que caracterizaram o desenvolvimento do Vale do Silício ou Silicon Valley, uma região da Califórnia/EUA, de onde surgiram empresas como Google, Apple Inc., Facebook, Yahoo!, Microsoft, entre outras, hoje conhecido como o maior polo tecnológico do mundo (1)
 O fato é que a cada dia que passa, jovens, empreendedores e grupos inovadores buscam oferecer serviços e produtos que atendam a sociedade moderna, cada dia mais preocupada em reduzir burocracia e aumentar a agilidade e lucratividade. Isto nos coloca em diversos embates de ideias e paradigmas. Mas a questão principal é avaliar se estas empresas de startups são confiáveis, ou se também serão apenas mais uma tendência que será aos poucos “esfriada”. 
Partindo desta premissa moderna de inovação e criatividade negocial, surge uma tendência até pouco tempo desconhecida ao menos no mercado brasileiro, voltada para a captação e fornecimento de recursos financeiros: as Fintech’s (financial technology), cuja origem partiu de um programa Americano de aceleração de empresas de Startups voltadas para soluções financeiras como contas correntes, cartões de credito e linhas de empréstimos. (2). 
Este incentivo evoluiu e nos dias atuais a solução financeira por meio de “bancos” virtuais já é uma realidade para muitas pessoas e empresas que buscam linhas de credito. A forma facilitada e 100% online atrai o publico moderno, que prefere relações digitais quando a questão é fazer ou gerar negócios. 
O que ainda preocupa o publico geral brasileiro ainda são velhos paradigmas acerca da segurança de relações financeiras praticadas virtualmente, a ausência de estrutura física, que conduz ao pensamento de “se tiver problemas, onde eu vou pra reclamar?”, “com que eu falo?”, “quem é o gerente?”, enfim, medos e receios ainda de uma sociedade pouco acostumada com a era digital.

Mas será só este o receio? 
No ponto de vista de investidores, das grandes empresas financeiras e do próprio Banco Central, o risco destas operações ainda esta na ausência de regulamentação especifica, como ocorre com o caso das moedas virtuais, como o Bitcoin. (3)
 O Banco Central do Brasil se diz pronto para regulamentar e intervir tanto nas Fintech’s quanto nas moedas virtuais. Todavia, a realidade atual revela que a ausência de regulamentação ainda deixa o consumidor inseguro no momento de contratar. (4). 
As grandes instituições financeiras, subordinadas às normas e regulamentações do BCB, mostram dinamismo e já criam plataformas e ferramentas on line para facilitar a vida dos seus clientes e avançar nesta intensa concorrência que foi ainda mais incrementada com o surgimento das startups financeiras. 
O próprio Banco Santander abriu concorrência para investimento em Fintech’s, e fez parcerias de investimentos com as empresas vencedoras da disputa em diversos países. (5)
Em palestra feita na FEBRABAN, o presidente do Banco Itaú, Roberto Setubal, mencionou ao tratar as Fintech’s como uma ferramenta de crescimento aos Bancos e não de disputa: "Não é estratégia de sobrevivência, é uma estratégia de crescimento.". Complementou ainda acerca do momento tecnológico do mundo nas relações financeiras: Nunca tivemos no banco um envolvimento com tecnologia tão grande como temos agora.". (6) 
Esta maturidade das Grandes Instituições financeiras mostra claramente que os Bancos Virtuais vieram para ficar, mas que certamente deverão ser devidamente regulamentados, para que possam gerar conforto atrelado a confiabilidade e segurança aos consumidores nacionais.
Por fim, vale dizer que não apenas as mídias sociais, aplicativos de entretenimento e forma de compra de bens evoluíram, mas também o mercado financeiro e sistemas bancários estão ficando cada dia mais online e simplificados, seja por meio de Startups, Bancos Virtuais ou Grandes Instituições Financeiras. A realidade de mercado está posta. Para que sigam dialogando com o exigente e consumidor moderno, cabe às grandes e sólidas corporações da área financeira e bancária colocar genuinamente  este cliente no centro de suas atenções a fim de se lhes apresentar de forma leve, prática, simples, sólida e segura.



Dr. Flávio Eduardo da Anunciação
Advogado do escritório Crespo e Caires


Notas:






(6)     http://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2016/06/tenho-certeza-que-nos-bancos-temos-que-correr-diz-setubal-sobre-avanco-das-fintechs.html


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