Chegou o final do ano e com ele uma excepcional oportunidade para o consumidor colocar as contas em ordem. O momento é muito propício para a renegociação de dívidas pois o consumidor tem à disposição os recursos do décimo-terceiro salário e as instituições financeiras e grupos varejistas a disposição em flexibilizar bem as condições de pagamento.
Aparentemente o cenário é perfeito. Dinheiro no bolso + dívida pendente = contas pagas. Todavia, o consumidor não é uma ciência exata. E a real equação de final de ano, na verdade, não é esta. Há mais um importante componente para a equação, que torna a resposta final uma verdadeira incógnita: Dinheiro no bolso + dívida pendente + oferta de consumo = ?. A verdade é que este dinheiro extra que passa pelo bolso do brasileiro nesta época do ano é alvo de uma acirrada disputa entre credores e comércio. E a pergunta que fica na mente do consumidor é: pagar as contas ou fazer novas contas?
Como o apelo para o consumo no período de Natal é muito forte, os grupos credores buscam, desde o mês de novembro, seduzir o inadimplente para negociar suas dívidas antes de fazer novos débitos. Estas ofensivas de negociação consistem em promoção de campanhas de negociação com oferta de descontos bem agressivos, que normalmente não são praticados ao longo do ano. Os descontos nos juros em alguns casos chegam a 100%. As oportunidades de parcelamento ofertadas este ano, considerando o cenário de pleno emprego e juros baixos, são muito mais interessantes que nos anos anteriores. E para levar estas excepcionais condições aos inadimplentes, os bancos e algumas organizações, como a Serasa Experian, têm convidado seus clientes a comparecerem em feirões de negociação, organizados nos grandes centros do país.
As iniciativas têm surtido efeito. Credores e devedores têm saído satisfeitos destes eventos. Os primeiros indicadores demonstram os efeitos positivos destas iniciativas. O grande objetivo destas ofensivas de final de ano, que é sanar as pendências dos clientes e devolvê-los para o consumo responsável de crédito ainda antes do Natal, caminha para ser alcançado.
Rodolfo Gerd Seifert é advogado Diretor de Recuperação de Crédito de Crespo e Caires Advogados Associados.
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