Por RODOLFO GERD SEIFERT
Rodolfo Gerd Seifert é advogado Diretor de Recuperação de Crédito de Crespo e Caires Advogados Associados.
Chegou o final do ano e com ele uma excepcional oportunidade
para o consumidor colocar as contas em ordem. O momento é muito propício para a
renegociação de dívidas pois o consumidor tem à disposição os recursos do
décimo-terceiro salário e as instituições financeiras e grupos varejistas a
disposição em flexibilizar bem as condições de pagamento.
Aparentemente o cenário é perfeito. Dinheiro no bolso +
dívida pendente = contas pagas. Todavia, o consumidor não é uma ciência exata.
E a real equação de final de ano, na verdade, não é esta. Há mais um importante
componente para a equação, que torna a resposta final uma verdadeira incógnita:
Dinheiro no bolso + dívida pendente + oferta de consumo = ?. A verdade é que
este dinheiro extra que passa pelo bolso do brasileiro nesta época do ano é
alvo de uma acirrada disputa entre credores e comércio. E a pergunta que fica
na mente do consumidor é: pagar as contas ou fazer novas contas?
Como o apelo para o consumo no período de Natal é muito
forte, os grupos credores buscam, desde o mês de novembro, seduzir o
inadimplente para negociar suas dívidas antes de fazer novos débitos. Estas
ofensivas de negociação consistem em promoção de campanhas de negociação com
oferta de descontos bem agressivos, que normalmente não são praticados ao longo
do ano. Os descontos nos juros em alguns casos chegam a 100%. As oportunidades
de parcelamento ofertadas este ano, considerando o cenário de pleno emprego e
juros baixos, são muito mais interessantes que nos anos anteriores. E para
levar estas excepcionais condições aos inadimplentes, os bancos e algumas
organizações, como a Serasa Experian, têm convidado seus clientes a
comparecerem em feirões de negociação, organizados nos grandes centros do país.
As iniciativas têm surtido efeito. Credores e devedores têm
saído satisfeitos destes eventos. Os primeiros indicadores demonstram os
efeitos positivos destas iniciativas. O grande objetivo destas ofensivas de
final de ano, que é sanar as pendências dos clientes e devolvê-los para o consumo responsável de crédito ainda antes
do Natal, caminha
para ser alcançado.
Rodolfo Gerd Seifert é advogado Diretor de Recuperação de Crédito de Crespo e Caires Advogados Associados.