Como será o ano de 2018? Reformas estruturais, economia se estabilizando, lava jato, eleições, Lula, Temer, Bolso, etc….?! Estes são alguns dos principais e possíveis ingredientes do ano que se inicia. Nostradamus nada disse sobre a Indústria de Cobrança no Brasil em 2018. Então cabe a nós este delicioso exercício de futurologia proposto pela editoria da CollBusiness. Se ninguém tratou sobre o futuro da cobrança, Nostratamus!
Quero em poucas linhas abordar um aspecto que certamente ocupará as manchetes dos noticiários, os debates eleitorais, os discursos eleitoreiros e as discussões nos botecos. Ética.
Como pano de fundo, compartilho com o nobre leitor alguns dados muito interessantes apresentados pela PGR Consultores Associados ao publicar a II Pesquisa de Imagem das Assessorias de Cobrança, trabalho que tem por propósito conhecer a imagem que os contratantes de serviços de recuperação de crédito possuem sobre as assessorias de cobrança. A PGR submeteu a pesquisa a dezenas de executivos dos mais diversos segmentos (financeiro, serviços, varejo), todos responsáveis diretos ou indiretos pela contratação e gestão dos ativos em poder das empresas de recuperação de crédito. A diferença entre as respostas dadas a idênticas questões em 2015 e 2017 é sintomática.
Veja abaixo dois quadros extraídos da pesquisa:
Os comentários objetivos dos Consultores da PGR, colocados ao lado de cada quadro acima, dispensam os meus. O fim da era “resultado a qualquer custo” está se aproximando. Os fins em cobrança já parecem não mais justificar os meios. Não mais basta entregar os resultados. O “como foi feito” importa, e importará cada vez mais. Creio que o ambiente político/judicial/eleitoral em 2018 contribuirá para acentuação desta tendência de valorização dos aspectos éticos na forma como os negócios se dão. Esta a minha singela e quase óbvia previsão para 2018.
Há diversos anos a expressão “ética”, ou alguma correlata, tem frequentado os quadros de valores institucionais das empresas Brasil afora. Aposto que tem algo neste sentido estampado no site da organização à qual você, caro leitor, pertence. A questão central é: a ética está restrita aos murais ou está presente nas relações de negócios?
Em termos mais diretos, qual o padrão de ética na relação de sua empresa com os colaboradores? Qual o padrão de ética na relação de sua empresa com os fornecedores? Que avaliação você faria sobre o padrão de ética na relação de sua organização com os contratantes? E na relação com os concorrentes? De maneira geral, as ações e decisões em sua empresa resistiriam a um feixe de luz sobre elas lançado? Ou dependem da penumbra para se sustentar?
O mercado de recuperação de crédito no Brasil ainda tem um bom caminho a ser percorrido na direção do amadurecimento nas relações entre os players. Sejamos, pessoalmente, a transformação que queremos ver no mercado de cobrança e no Brasil em 2018. Chegou o tempo de a ética saltar dos quadros institucionais para a prática pessoal, das intenções remotas para as ações concretas, dos debates retóricos para os princípios inegociáveis.
Fonte: Rodolfo Seifert, para CollBusiness News em 26.12.2017
Link para o artigo: http://collbusinessnews.com.br/2018-etica-em-debate/